sábado, 25 de dezembro de 2010

SE ficou sem ministro por disputa entre Déda e Dutra

Publicada: 24/12/2010
Texto: Max Augusto

Em entrevista ao JORNAL DA CIDADE, o senador Almeida Lima (PMDB) insinuou que um dos motivos para que a presidente Dilma Rousseff (PT) não tenha indicado nenhum ministro sergipano foi uma suposta disputa entre o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e o governador Marcelo Déda (PT). Almeida afirmou ainda que quando estava cotado para assumir o Ministério do Turismo (Mtur) lideranças sergipanas teriam telefonado para Brasília para barrar o seu nome, ao invés de impulsioná-lo. “Não sei se existe problema entre eles [Déda e Dutra], mas por que quando um deles pode sair fortalecido do processo o outro não colabora?”, disse Almeida.

“Acho que algumas pessoas precisam dar algumas boas explicações. A questão da não indicação de um ministro sergipano está muito mal explicada. A responsabilidade de Sergipe não ter hoje um ministro não é da presidente, é responsabilidade do nosso Estado mesmo. Foi uma questão de política local, faltou estatura aos políticos”, avaliou Almeida.

Entre as possíveis questões mal explicadas, o senador estranhou que o presidente nacional do PT tenha desistido repentinamente de assumir uma vaga no Senado. “A questão entre Dutra, Déda e Valadares está muito mal explicada. De um minuto para o outro Dutra desiste de ser senador. Quando Valadares foi indicado para um ministério que ele considerou pequeno Dutra queria o Senado. Quando Valadares é indicado pela cúpula do PSB para ser ministro da Integração, mais do que rapidamente Dutra desiste de ser senador. E o governador não fez nada para que o amigo fosse senador”, falou.

Almeida também questionou o fato de Valadares ter rejeitado o Ministério das Micro e Pequenas Empresas. “Não existe um ministério mais importante. Existem alguns mais aquinhoados com verbas e outros não. Mas quem despacha na Esplanada conquista espaço de poder. Porque Valadares negou? Será que o Ministério de Pequenas e Micro Empresas, o segmento que mais emprega no Brasil, não seria importante para Sergipe. Em nome dos interesses de Sergipe ele não poderia ter aceitado. Ou só vale o interesse próprio? E porque quando o ministério é grande os outros companheiros de Sergipe desistem? Não vou silenciar, alguém vai ter que vir a público dar uma justificativa”, continuou Almeida.

Questionado se faltou aos políticos sergipanos uma maior articulação para garantir a indicação para um ministério, Almeida disse que articulação existiu, mas que ele não sabe em que sentido se deu tal articulação. “Como é que Lúcia Falcón é indicada por dois governadores e é preterida por conta de uma disputa de espaço interna no PT? Ela foi preteria por conta de uma ala, uma tendência do PT, mesmo sendo o presidente nacional do partido de Sergipe? Será que a nomeação de Lúcia Falcón não interessava a Dutra? Dutra não é amigo de Déda e Lúcia não foi indicação do governador? Ao que parece, houve um interesse contrário por parte de alguém”, questionou o polêmico senador.

Telefonema

No caso da sua possível nomeação, Almeida lembra que ele e mais outros três nomes estavam cotados para assumir o Ministério do Turismo. Ele admite que as conversas sobre o ministério não ultrapassaram as fronteiras do PMDB nacional, com quem discutiu o tema, mas revelou que ninguém de Sergipe intercedeu para ajudá-lo. “Pelo contrário, em Brasília só chegou um telefonema, e foi para barrar meu nome. Se em um dado momento um nome desponta, deveria haver união. Sergipe é quem perde com isso”, disse o senador.
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Fonte: Jornal da Cidade
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Postado por Júnior de Edna Valadares em 25/12/2010

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