Publicada: 25/12/2010
Texto: Eugênio Nascimento
“A terceirização é uma atividade legal, que se dá com 100% de trabalhadores formais; é porta de entrada no mercado para milhares de pessoas com baixa escolaridade, que, uma vez empregados, voltam a estudar com o incentivo das empresas”. Quem pensa assim é o deputado federal eleito, Laércio Oliveira, que pretende lutar na Câmara Federal por melhorias nos sistemas de saúde, educacional e na segurança pública. Ele defende também um ambiente mais propício ao empreendedorismo no Brasil.
A seguir os principais trechos da entrevista
JORNAL DA CIDADE - O que o senhor pretende fazer na Câmara Federal? O senhor se dedicará unicamente a defesa de questões empresariais?
LO – O que pretendo defender não pode ser resumido a “questões empresariais”, pois, colocado dessa forma, fica parecendo um interesse unilateral. Na verdade, o que pretendo defender é a efetiva implantação no país de um ambiente favorável ao empreendedorismo – em outras palavras, que o trabalho seja incentivado e não a especulação. E empreendedorismo se refere a todos os setores produtivos e em todas as dimensões, sobretudo as micro e pequenas empresas. É inclusive procurar formalizar o empreendedor individual, a exemplo daquela cabeleireira ou manicure que trabalha em casa e muitas vezes não tem acesso a crédito para montar seu pequeno negócio ou nem sabe como fazê-lo.
JC - Quais são as suas prioridades?
LO – Minha prioridade é cumprir a proposta que apresentei ao povo de Sergipe: operar na Câmara Federal pela geração de emprego e renda. Essa trajetória é completamente relacionada ao ambiente favorável que citei na resposta anterior. Se o comércio de bairro é valorizado, por exemplo, a tendência é aquela padaria ou mercearia ou farmácia contratar mais, pagar melhor. O setor de Serviços, o que mais gera empregos no país, precisa ser estimulado e isso inclui que o pequeno empreendedor informal encontre uma porta aberta e convidativa para que abrace a formalidade e tenha, com isso, várias proteções legais. Também pretendo estudar caminhos para propor uma reforma educacional que contemple de fato a qualificação profissionalizante no Ensino Médio. É inadmissível que os jovens concluam a primeira fase da vida acadêmica sem nenhum preparo para trabalhar em rotinas de escritório, por exemplo, só para citar um nicho de atuação onde visivelmente há carência de profissionais.
w JC - O senhor defenderá a ampliação da terceirização no país?
LO – Não se trata de defender a ampliação da prestação de serviços terceirizados. Isso decorre de movimentos do livre mercado, cujas oscilações são naturais – embora nos últimos anos o setor vivencie um bom momento, principalmente pela crescente adesão da iniciativa privada. O que não pode é a formulação de projetos de leis a legislarem sobre a atividade, sem ouvir os que nela militam – nem os empresários e muito menos os trabalhadores. Isso não é democrático e a experiência mostra que, em tentativas felizmente frustradas, os poderes públicos tenderam a agir dessa maneira. A terceirização é uma atividade legal, que se dá com 100% de trabalhadores formais; é porta de entrada no mercado para milhares de pessoas com baixa escolaridade, que, uma vez empregados, voltam a estudar com o incentivo das empresas. Isso é comprovado, é fato. Ao setor, basta que o Governo o deixe trabalhar em paz, que o ouça com o respeito a que atividade faz jus, por sua importância na geração de empregos e na arrecadação de impostos.
w JC - A saúde, a educação e a segurança pública aparecem nas pesquisas como prioridades para os brasileiros. O senhor defenderá isso?
LO – Na medida das minhas atribuições, sim, claro. Educação é a base de tudo, pois, com investimentos concretos e ininterruptos nesse campo, há reflexos positivos inclusive nos dois outros que você cita – saúde e segurança pública. Na saúde, tenho dito que a prevenção aos males precisa ganhar eficácia. Uma pesquisa recente mostra que os hábitos alimentares dos brasileiros pioraram muito, ao mesmo tempo em que a renda melhorou. Um contra-senso que já tem reflexos sobre a saúde pública e que pode ser, se não revertido, ao menos minimizado com investimentos em educação alimentar nas escolas, nas associações de bairros etc. Não adianta apenas construir hospitais, devemos trabalhar para que as pessoas precisem cada vez menos deles.
w JC - A geração de emprego é prioridade no país?
LO – Estamos à véspera do Natal e o noticiário mostra que muitas empresas não conseguiram contratar pessoal temporário, houve mais demanda do que oferta. Isso é emblemático de que emprego não é tão mais o problema que foi no passado. Agora, como já falei anteriormente, nosso enfoque tem que ser qualificar cada vez mais o trabalhador para que ele tenha chances de mobilidade social. Oferta de cursos técnicos, ensino médio essencialmente profissionalizante, acesso universalizado a todos os níveis de graduação. Algumas iniciativas nesse sentido já foram implantadas no Governo Lula e pretendemos operar no sentido de ampliá-las.
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Fonte: Jorna da Cidade
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Postado por Júnior de Edna Valadares em 25/12/2010
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